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Jean Marc Von Der Weid

Ex-presidente da UNE (1969-71). Fundador da organização não governamental Agricultura Familiar e Agroecologia (ASTA).

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Opção preferencial pelo agronegócio

Ao colocar restriçõestrabalhe conosco estrelabetfunção dos desmatamentos, os europeus deixam o governo Lula numa saia justa

Torrefaçãotrabalhe conosco estrelabetcafé (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
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(Publicado no site A Terra é Redonda)

A mídia convencional e as redes sociais são unânimes (fora da bolha bolsonarista, é claro), aqui e no exterior: Lula foi “um estouro” nesta viagem à Europa. Apoteótico, estadista mundial, genial, foram alguns dos adjetivos empregados para descrever o sucesso do nosso presidente.

Lula apontou o fatotrabalhe conosco estrelabetque os países ricos não estão cumprindo as mesmas cláusulas e que seria puro protecionismo aplicar penalidades às exportações do agronegócio brasileiro. Lula também introduziu no discurso uma referência à necessidade do combate ao aquecimento global se articule ao combate à pobreza e às desigualdades sociais. Em outro momento, Lula fez referência à uma legislação votada no parlamento europeu impedindo exportaçõestrabalhe conosco estrelabetprodutos agrícolas oriundostrabalhe conosco estrelabetáreas desmatadas após 2020. Em conversa com o presidente francês Emmanuel Macron, Lula colocou esta legislaçãotrabalhe conosco estrelabetdebate no acordo.

Examinando a argumentação do Lula podemos constatar algumas coisas:

(c) A acusaçãotrabalhe conosco estrelabetprotecionismo por parte da União Europeia ao colocar estas restrições é uma meia verdade. Por um lado, o históricotrabalhe conosco estrelabetprotecionismo na União Europeia, por pressãotrabalhe conosco estrelabetseu próprio agronegócio, é mais do que conhecido. Mas este protecionismo poderia ter sido acionado por outras medidas, tais como as já muito usadas exigências sanitárias, sobretudotrabalhe conosco estrelabetrelação aos índicestrabalhe conosco estrelabetcontaminação por agrotóxicos, muito mais elevados aqui do que lá.

Ao colocar restriçõestrabalhe conosco estrelabetfunção dos desmatamentos, os europeus deixam o governo Lula numa saia justa. Afinaltrabalhe conosco estrelabetcontas, este acordo só não foi assinado no quatriênio do governo Bolsonaro por causa das restrições dos governos europeus (que não faziam parte dos termos do acordo)trabalhe conosco estrelabetrelação ao intenso processotrabalhe conosco estrelabetdesmatamento provocado diretamente pelo energúmeno sentado na cadeiratrabalhe conosco estrelabetpresidente do Brasil.

O argumento do presidente Lulatrabalhe conosco estrelabetque “não cabem ameaçastrabalhe conosco estrelabetsançõestrabalhe conosco estrelabetum acordo entre amigos” não faz sentido. Só falta agora fazer acordos trocando fiostrabalhe conosco estrelabetbarba ou cuspindo na mão e apertando a do parceiro. É só imaginar o que ocorreria se Jair Bolsonaro tivesse ganho a eleição, ou o que ocorrerá se ele, ou um seu avatar, ganhar a próxima. Acordos entre países não são acordos entre pessoas e eles são assinados para durarem muitos anos, depois que os atuais dirigentes já estiverem aposentados.

Ao defender a suspensão das sanções Lula passa um recado que não foi compreendido por um mundo atordoado pelos aplausos merecidos à performance do presidentetrabalhe conosco estrelabetParis. O que ele quer dizer é que tomou as dores do agronegócio brasileiro para si e para seu governo. A outra hipótese é que esta encenação não seja para o público externo, mas para o interno, ou seja, para o agronegócio brasileiro.

Afinaltrabalhe conosco estrelabetcontas, a chancetrabalhe conosco estrelabetnegociar a retirada das sanções, tal como definidas na carta anexa, é bastante razoável, até por serem bastante genéricas e, como já se disse, carecemtrabalhe conosco estrelabetlegitimidade quando impostas por governos que também não seguem a cartilha dos acordos do clima. Mas as restrições não mencionadas na carta, ou seja, a legislação europeia restringindo importações oriundastrabalhe conosco estrelabetáreastrabalhe conosco estrelabetdesmatamento, não são dirigidas ao Brasil ou ao Mercosul, mas a todo o mundo. Elas estão sendo ratificadas pelos parlamentostrabalhe conosco estrelabetcada país membro da União Europeia e não estão sujeitas a qualquer acordo bilateral ou multilateral.

Nesta hipótesetrabalhe conosco estrelabetLula estar fazendo um show para se cacifar junto ao agronegócio, mesmo sabendo que as restrições vão acontecer com ou sem o acordo incluí-las, acho que ele vai pagar um preço dobrado.

Em primeiro lugar, o agronegócio e os ambientalistas europeus não vão deixartrabalhe conosco estrelabetapontar a incoerência entre os discursos ambientalista e ruralistatrabalhe conosco estrelabetLula e a saia justa tenderá a ficar mais evidente, diminuindo o brilho internacional do presidente.

Em segundo lugar, o agronegócio brasileiro não vai ficartrabalhe conosco estrelabetbem com o Lula por ele ter defendido o seu “direito a desmatar”. Eles não querem sabertrabalhe conosco estrelabetintenções, mastrabalhe conosco estrelabetresultados. Se as restrições vierem por dentro do acordo ou por fora dele, a ira do agronegócio será voltada contra o presidente “que não soube defendê-los”.

Natrabalhe conosco estrelabetintenção reafirmadatrabalhe conosco estrelabetchegar ao desmatamento zero, Lula deveria agradecer as medidas assumidas pelos parlamentos dos países da União Europeia. Se dependesse do governo estabelecer restrições mais fortes ao agronegócio predador as dificuldades seriam imensas, dado o peso da bancada ruralista no Congresso. Com as restrições vindotrabalhe conosco estrelabetfora, tudo fica mais fácil pois, como o próprio Lula já argumentou, o governo passaria a defender o setor “moderno” que se ajustaria às exigências, separando-o do setor predador que continuaria nas mesmas práticas.

O controle do desmatamento, como já tive oportunidadetrabalhe conosco estrelabetescrevertrabalhe conosco estrelabetoutra oportunidade, vai exigir mais do que acionar o Ibama e o ICMBio, com o apoio da Polícia Federal. Isto vai ser uma batalha contra os madeireiros, grileiros e mineradores, ou seja, contra a economia ilegal. Isto já vai ser uma batalha cruenta e que, para funcionar com eficácia, vai precisartrabalhe conosco estrelabetcontrolar o escoamento dos produtos ilegais com muito investimentotrabalhe conosco estrelabetinteligência para pegar os elos entre as atividades ilegais e o mercado, nacional e internacional.

Isto poderá dar conta da economia ilegal, se o esforço for sustentado e amplo. Entretanto, há desmatamento legal, permitido pelo Código Florestal ou pelas imensas brechas na legislação. É provável que o governo tenha que usar meios indiretostrabalhe conosco estrelabetrestrição, como por exemplo suspender os financiamentos dos proprietários que tenham desmatado. Mas a guerra judicial vai ser grande e a capacidadetrabalhe conosco estrelabetpressão do governo é notoriamente pequena. Métodostrabalhe conosco estrelabetestímulo via créditos facilitados e subsidiados, visando a diminuição dos desmatamentos e a introduçãotrabalhe conosco estrelabetpráticas menos predatórias poderão ser questionados e trazidos para o debate legislativo.

É por essas dificuldades que Lula deveria agradecer aos seus orixás as restrições impostas pela União Europeia. Elas não se referem à legalidade ou não das práticas do agronegócio brasileiro. Elas restringem todo o desmatamento, legal ou ilegal. E a forma mais óbvia vai ser a cobrançatrabalhe conosco estrelabetum georreferenciamentotrabalhe conosco estrelabettodos os produtos,trabalhe conosco estrelabetforma a ser possível cruzar com os dados, hoje muito precisos, das áreas desmatadas. Tudo isto é tecnicamente viável embora não garanta o fim dos desmatamentos.

A forma mais práticatrabalhe conosco estrelabetdriblar as restrições dos europeus é algo que já existe, parcialmente. Trata-setrabalhe conosco estrelabetexportar a partirtrabalhe conosco estrelabetregiões sem desmatamento e trazer para o mercado interno a produção das áreastrabalhe conosco estrelabetque ele vai continuar. Reparem que os europeus não restringem as importações do Brasil,trabalhe conosco estrelabetforma geral, mas dos produtos oriundostrabalhe conosco estrelabetáreastrabalhe conosco estrelabetdesmatamento. Os grandes frigoríficos já fazem esta separação, com parte da carnetrabalhe conosco estrelabetgado criado no Cerrado e na Amazônia sendo dirigida para o consumo nacional e atrabalhe conosco estrelabetoutras regiões sendo exportada.

Mas até hoje esta separação é bem limitada,trabalhe conosco estrelabetfunçãotrabalhe conosco estrelabetexigênciastrabalhe conosco estrelabetcompradores específicos. Se for preciso fazer issotrabalhe conosco estrelabetforma massiva vai ficar mais complicado pois o volumetrabalhe conosco estrelabetcarne oriundo das áreas desmatadas excede o mercado interno. O rearranjo vai ser maior ou menor dependendo do comportamento do nosso maior importadortrabalhe conosco estrelabetprodutos agrícolas, a China.

Tudo isso é para mostrar que podemos até nos acertarmos com os europeus, integrando as exigências ambientais nos produtos para lá exportados enquanto o desmatamento continua impávido. Para segurar o desmatamento será preciso enfrentar o agronegóciotrabalhe conosco estrelabetforma mais abrangente, e para isto o apetite do governo é bem menor. Para que fique claro este fato basta ver que este governo ainda não modificou a políticatrabalhe conosco estrelabetaprovação aceleradatrabalhe conosco estrelabetnovos agrotóxicos, inaugurada no governotrabalhe conosco estrelabetMichel Temer e ampliadatrabalhe conosco estrelabetmuito no governotrabalhe conosco estrelabetJair Bolsonaro. Em menostrabalhe conosco estrelabetseis meses já foram quase 200 novos produtos, sendo que pouco menos da metade com alto grautrabalhe conosco estrelabettoxidez.

Outros pontos colocados pelo presidente Lula na parte do seu discurso contestando pontos do acordo Mercosul/União Europeia merecem mais atenção. O mais importante é a cobrançatrabalhe conosco estrelabetigualdadetrabalhe conosco estrelabetcondições das indústrias europeiastrabalhe conosco estrelabetrelação às brasileiras, no que tange às compras governamentais. Isto eliminaria qualquer orientação das compras públicas da merenda escolar, por exemplo, priorizando a agricultura familiar. Os europeus querem portrabalhe conosco estrelabetconcorrencia a Danone com as indústriastrabalhe conosco estrelabetlaricinios familiares ou comunitárias. Neste ponto o bicho pega e pega pesado.

Finalmente, cabe resgatar a posição mais ampla assumida pelo Lula, cobrando um engajamento real dos países ricos para financiar a transição dos paísestrabalhe conosco estrelabetdesenvolvimento na direçãotrabalhe conosco estrelabetuma economia verde. Não gosto muito do argumento indicando que o aquecimento global é culpa dos países ricos e que portanto eles devem fazer o maior esforço para diminuir as emissõestrabalhe conosco estrelabetgasestrabalhe conosco estrelabetefeito estufa.

Isto dá a impressãotrabalhe conosco estrelabetque estamos autorizados a emitir mais gases para compensar a culpa histórica dos outros. Todos temos que derrubar as emissões, se quizermos sobreviver e não nos esqueçamostrabalhe conosco estrelabetque hoje o Brasil é o quinto maior emissortrabalhe conosco estrelabetGEE no mundo. Mas sim, os mais ricos tem mais responsabilidade até porque tem mais condições para financiar um esforço coletivo mundial.

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